Uma ala do PT soteropolitana insatisfeita com a condução da pré-campanha em Salvador decidiu declarar apoio ao pré-candidato do PSOL, Kleber Rosa. O anúncio foi feito no escritório político “Marielle e Marighella”, localizado no bairro do Rio Vermelho.
Com adesivos colados no peito “Kleber é o nosso candidato a prefeito”, militantes históricos criticaram a chapa apoiada pelo PT, encabeçada pelo pré-candidato Geraldo Júnior (MDB). O militante do PT Cristiano Cabral, filiado à sigla desde 1994, salientou que a escolha foi uma decisão “autoritária” e “palaciana”, sem nenhum diálogo com a base do PT. O ativista disse que Geraldo Júnior representa o “setor burguês capitalista imobiliário”.
“Foi uma pré-candidatura totalmente imposta. De cima pra baixo. Geraldo Júnior não é uma pré-candidatura do PT. É uma pré-candidatura do MDB. Não nos representa. É um preposto burguês. Uma campanha que tem uma linha política neoliberal. Portanto, decidimos que vamos marchar com Kleber Rosa e Dona Mira, pois possuem trajetórias de vida mas condizentes com as pautas da esquerda”, frisou Cristiano Cabral, em nota.
Eliana Noronha, filiada há mais de 30 anos ao PT, salientou que está “sentindo um vazio enorme no coração”, pois a pré-candidatura de Geraldo Júnior representa uma “afronta” à história e à trajetória do Partido dos Trabalhadores. A militante disse que Kleber Rosa é o único candidato que representa as bandeiras da esquerda.
“Geraldo Júnior não tem como adotar uma política de combate ao desmatamento porque ele é um grande parceiro da burguesia imobiliária. Geraldo Júnior não me representa e vou fazer campanha contra! Nosso candidato será Kleber Rosa!”, assegurou.
Kleber Rosa agradeceu o apoio da militância do PT e declarou que não vai apresentar um “programa panfletário”: “Nossa cidade está padecendo há muitos anos com o carlismo. Cabe a nós do PSOL manter as esperanças da esquerda em Salvador acesas. Vai ter luta durante o processo eleitoral. Vamos construir uma cidade que priorize as demandas populares, os movimentos sociais, a inclusão social, e as pautas da esquerda solteropolitana”.
Fonte: Tribuna da Bahia