A alta incidência da dengue tem deixado em alerta especialistas, órgãos de saúde e toda a população, que tem visto a doença aumentar semanalmente no Brasil, fazendo mais vítimas: dados do Ministério da Saúde contabilizam 1.253.919 casos prováveis de dengue, 299 óbitos confirmados r 765 óbitos em investigação.
Nacionalmente, o índice atual de incidência é de 617,5 casos por 100 mil habitantes. Esse cenário não só tem levado preocupação aos lares brasileiros, como é um sinal vermelho para públicos e faixas etárias que correm mais riscos caso sejam contaminados: idosos acima de 65 anos, crianças até 2 anos, mulheres grávidas, lactantes e pessoas com diabete e hipertensão.
De acordo com alerta do Ministério da Saúde, a doença apresenta maior gravidade e mortalidade em pessoas com essas comorbidades, enquanto que as pessoas acima de 65 anos podem estar com o sistema imunológico comprometido em comparação com os mais jovens. Além disso, crianças e idosos desidratam mais rápido, o que agrava também o quadro da doença.
Ainda segundo o MS, Já na gravidez os perigos se potencializam e os riscos de complicações aumentam em pelo menos três vezes, uma vez que a mulher compartilha seu sistema imunológico com o bebê. “Isso os tornam mais suscetíveis a infecções, podendo evoluir para graves quadros. Durante os três primeiros meses de gestação, pode ocorrer ameaça de abortamento. Já nos meses finais, em quadros mais graves da doença, pode haver hipertensão gestacional e até descolamento prematuro da placenta”, diz o médico Gustavo Nobre de Assis. .
Bebês lactentes e crianças de até dois anos correm risco maior pelos sintomas poderem ser confundidos com outras infecções comuns na faixa etária, além da identificação dos sinais de alerta ser mais desafiadora, já que os pequenos não conseguem expressar o que estão sentindo. “É preciso ter muita atenção as crianças.
Sobre as crianças, o médico Gustavo Nobre afirma que ais e mães precisam ficar sempre alertas devido a facilidade de confundir os sintomas da dengue com o de outras infecções. “Bebês que ainda estão amamentando e crianças de até dois anos correm risco maior pelos sintomas poderem ser confundidos com outras infecções comuns na faixa etária. Como não conseguem se expressar, precisos ficar atentos aos sinais” afirma.
Na Bahia, os dados ainda são os mesmos da última terça-feira (5). Ao todo, 122 municípios baianos estão em estado de epidemia. Outros 51 estão em risco e 34 em alerta. São 29.982 casos prováveis até o dia 2 de março de 2024, marcando um aumento de 209,3 % em comparação ao mesmo período do ano anterior.
A nona morte causada pela dengue no estado em 2024 foi confirmada pela Câmara Técnica da Sesab nesta terça-feira (5). A vítima morava em Vitória da Conquista e é o segundo óbito ocorrido no município do Sudoeste baiano neste ano. Os outros sete óbitos registrados aconteceram em Jacaraci (2), Piripá, Irecê, Feira de Santana, Barra do Choça e Ibiassucê.
Em Salvador na última segunda-feira (4) para inauguração do Hospital Ortopédico da o Estado, no Cabula, a ministra Nísia Trindade alertou que: “É um momento que temos que esclarecer a população sobre cuidados, proteção e também preparar o SUS [Sistema Único de Saúde] que tem tanta potência para atender adequadamente as pessoas e, nos casos de agravamento, impedir que percamos vidas”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Faixa etária– A faixa etária mais afetada, tanto das mulheres quanto dos homens, continua sendo a de 30 a 39 anos, com 111.302 e 91.229 casos, respectivamente. No Brasil, aumentou de 7 para 9 o número de estados que decretaram emergência em razão da dengue. São eles: Acre, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Já são 201 os decretos municipais.
Os recursos federais para apoiar estados e municípios já somam R$ 1,5 bilhão. Na semana passada, o Ministério da Saúde iniciou a liberação de R$ 44 milhões, por meio de portarias, para Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e mais 79 municípios
SINAIS – A dengue causa febre alta (acima de 38 ºC), dor muscular e dor atrás dos olhos. Em casos mais graves, pode levar ao aparecimento de manchas vermelhas na pele, dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento nas mucosas, gengiva e nariz e queda na pressão arterial, sintomas que caracterizam um quadro de dengue hemorrágica, o mais grave.
Os sinais de alerta da dengue costumam aparecer após o período febril, com o declínio da febre, entre o terceiro e o sétimo dia de sintoma, e costumam ser mais comuns após a segunda infecção (existem quatro sorotipos do vírus da dengue, o que possibilita a reinfecção).
Os sinais de alerta sugerem o extravasamento do plasma dos vasos sanguíneos, indicando um quadro hemorrágico ou de choque. Ao notar esses sintomas, é fundamental buscar ajuda médica.
Nos casos mais graves, o tratamento pode ser feito em ambiente hospitalar, com a internação do paciente. Quando ocorrem complicações de saúde sérias, como insuficiência cardiocirculatória, a pessoa pode ser internada em UTI (unidade de terapia intensiva).
Fonte: A Tarde