Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) no último sábado, 20, em cerimônia que aconteceu em Vitória da Conquista com os principais quadros da legenda, a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga (PT) tem se tornado uma peça cada vez mais importante no tabuleiro político baiano.
Em entrevista ao programa Isso É Bahia, a gestora do município do Recôncavo conversou sobre a “mudança de casa” e o Plano Municipal de Educação Antirracista.
“Precisamos quebrar o paradigma de que há inimigos na política”, afirmou Eliana, que agradeceu aos seus mais novos aliados e aos seus ex-correligionários do Republicanos, legenda que no plano estadual rivaliza com o PT.
“Deixo aqui meus agradecimentos ao Republicanos. Tenho gratidão e sei que é recíproco. Márcio Marinho é o deputado que mais investiu em nosso município. Nós não estamos nos desligando. O respeito e a caminhada continua. Eu acredito na política agregadora”, continuou a prefeita de Cachoeira.
Também foram citados, nominalmente, quadros da sua nova legenda, entre eles o governador Jerônimo Rodrigues; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o senador Jaques Wagner; o presidente estadual do PT, Éden Valadares; e a presidente do PT em Cachoeira, Janete Cristo.
Além de política partidária, Eliana Gonzaga falou durante a entrevista sobre o Plano Municipal de Educação Antirracista. “Nós, que passamos na pele, não podemos deixar essas coisas acontecerem. Quando se leva para a sala de aula, os alunos se conscientizam e passam a sentir orgulho da sua pele e da sua raça”, justificou a prefeita.
O Projeto de Lei é de autoria da Prefeitura e foi aprovado na Câmara Municipal. “Inclusive descobrimos grandes talentos musicais entre os nossos alunos. Isso é a valorização e resgate da autoestima dos nossos estudantes negros e negras”, continua.
O plano consiste em uma série de medidas para combater o racismo a partir do período da infância, quando as crianças frequentam escolas e poderão se deparar com grade curricular que traga debates e atividades de conscientização. “É importante capacitar toda a rede de ensino, não só os professores. Os motoristas [de transporte escolar] e os porteiros [da escola] também. A educação começa mesmo antes de passar pelo portão da escola”, alega.
A melhoria da economia da cidade e o combate à violência estão entre as consequências diretas do plano. “Também consta no plano o fomento de feiras de artesanato de mulheres negras e feira da agricultura familiar”, disse Eliana.
“Isso vai libertar mulheres de um ciclo de violência não só contra o racismo, mas dentro de casa também. Porque a mulher precisa alimentar o filho e não se enxerga com outra alternativa [a não ser continuar com um marido agressor], justamente por não ter o empoderamento”, conclui.
Fonte: A Tarde