Demora nos pontos, ônibus superlotados, redução de linhas, mudanças de itinerários. O transtorno é relatado por quem utiliza o sistema de transporte público de Salvador e relaciona o problema à implantação do BRT.
Embora aprovem o modal, usuários ouvidos pelo Varelanet afirmam que o deslocamento tem sido dificultado à medida que as obras avançam e novas estações do sistema entram em operação.
O Varelanet procurou a Secretaria de Mobilidade (Semob) e pediu um posicionamento acerca das reclamações narradas pela reportagem. A pasta, contudo, não enviou resposta. Caso haja manifestação, o texto será atualizado.
Atualmente, o BRT funciona entre a Rodoviária até a Praça Nossa Senhora da Luz, no bairro da Pituba. A previsão é que o último trecho, entre o Cidade Jardim até a Lapa, seja entregue até o fim deste ano.
Para a maioria dos passageiros, a dor de cabeça ocorre principalmente na saída para o trabalho e na volta para casa, nos chamados horários de pico —início da manhã e fim da tarde.
“O BRT tem ajudado muito e, em comparação ao ônibus, é muito mais acessível. Mas os ônibus, nos horários da tarde, acabam sendo um grande transtorno. A gente fica ‘mofando’, por esperar de 15 a 40 minutos, os ônibus para poder ir embora”, queixa-se a estudante Isabelle Sarai, de 19 anos, moradora do Cabula.
Segundo ela, a situação começou a piorar desde que as linhas de ônibus foram centralizadas para as estações de metrô. “Muitos ônibus deixaram de existir devido às novas estações de metrô. Acabamos sendo obrigados a ir para outras localidades. As mudanças acabam focando apenas nas estações, e isso acaba deixando os ônibus lotados”, acrescenta Isabelle.